"Stoner" é um puta livraço. Pra mim ele é clássico. Um dos melhores livros que já li em toda minha pequena vida
— Paty (@patylavir) 17 março 2015
Peguei esse livro na livraria. Me sentei e comecei a ler.
na minha terceira visita à William Stoner |
Foi uma indicação da Juliana Gervason que me deixou curiosa. Ela falou um pouco do livro e pensei "vou colocar na minha wishlist". Mas na verdade em uma ida à Livraria Cultura do Paço Alfândega o vi bem de frente pra mim na prateleira dos lançamentos. E lá mesmo sentei e li.
Não li em uma sentada só. Fui à livraria quatro vezes em dias diferentes para terminar o livro. Duas das quatro vezes estava à espera de alguém. E decidi: "Já que eu não tenho dinheiro pra comprar livros, vou ler aqui mesmo". E se Stoner não fosse tão interessante não me daria ao trabalho de visitar a livraria tantas vezes por semana.
É muito simples. O autor conta a vida inteira de um personagem.
Stoner é um personagem comum, mas ao mesmo incrível. É uma pessoa cativante. Mas será que foi a narrativa do Williams que me cativou? Ou o ser humano é um animal realmente interessante?
Stoner sai de casa de repente pra estudar, de repente de torna professor, se casa de repente e de repente tem uma filha e se apaixona assim.... também de repente.
Assim é a vida do ser humano. E que de repente envelhece e padece.
Stoner me cativou tanto que me segurei para não chorar na livraria no último capítulo do livro. Quase senti piedade. Uma vontade enorme de abraçá-lo. E de repente vi que quase senti vontade de dizer "Não se case com Edith" ou "Tome cuidado com sua filha, não deixe Edith transformá-la".
Saí da livraria assim, como se tivesse perdido alguém. Já eram 18h e a água do Rio Capibaribe refletindo o céu ainda azul e me senti órfã da vida. Sem perguntas e sem respostas. E também sem o livro nas minhas mãos para acariciar.
17/03/15 (terça-feira), me sentindo órfã |
Se ele não é clássico, pra mim é.
Vou deixar aqui o comentário de Julyana Brandão do Skoob:
Conheço umas tantas pessoas que leram esse livro e adoraram e quando perguntadas do motivo se acham sem palavras para explicar. Afinal de contas, é uma história simples. Um moço que vai para uma Universidade meio por acaso e cuja ida muda o destino que lhe era reservado. Lá ele estuda, se torna professor, casa, tem uma filha, escreve um livro, tem um caso... Nada muito diferente do que acontece com a grande maioria de nós. Daí hoje, numa das muitas resenhas que li sobre, penso que encontrei a minha justificativa:
"O pêndulo de sua vida se movimenta entre o trágico e o cômico, mas nunca se fixa nesses extremos, pois William Stoner se recusa a enxergar a si mesmo pelas lentes da arte. Talvez por essa razão sua vida funcione como um espelho para os leitores: o que ela faz ver não é mais, nem menos, que o desamparo da existência." ¹
A experiência de ter lido "Stoner" do John Williams foi sublime. Não podia ter sido diferente.
— Paty (@patylavir) 17 março 2015
"Você precisa lembrar o que você é, o que escolheu ser, e o significado do que você está fazendo."(pag.46)¹ Trecho de Felipe Charbel (Professor de Teoria da História na UFRJ) na matéria publicada no site ZH Caderno PrOA sob o título "Stoner, romance de John Williams redescoberto depois de 50 anos, ganha edição brasileira"
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