sábado, 19 de novembro de 2016

Delirium - Carlos Patricio

As mazelas de nossa época


O livro começou pesado com Doutor Sádico e eu achei que ia ser assim o resto do livro. Mas não. E ainda bem que não. Porque Carlos levantou questões que acontecem ao nosso redor. As reações e suas conseqüências. Nunca paramos pra pensar o quão agonizante deve ser estarmos à mercê de um ladrão armado bêbado invadindo nossa casa, matando todo mundo. Matar a pessoa errada sem querer. Coisas que acontecem por aí.

“Telefone sem fio” mostra como uma simples história pode se transformar em um boato com a ajuda de pessoas que não tem nada a perder adicionando inverdades só pra ver o circo pegando fogo. Acontece diariamente.

Henrique é um personagem comum. Aquela pessoa que passa o dia jogando para escapar da realidade. Semelhante a isso, as redes sociais para o mesmo fim.

Guliver é outro personagem comum do nosso tempo. Com dificuldades de concentração, que se apaixona pela música mas infelizmente é pressionado a seguir a mesma carreira do pai. Tratado diferente de seu irmão mais novo (que se identifica mais com a profissão do pai), se torna um jovem revoltado, se sentindo injustiçado e sai de casa conhecendo as drogas.

Como uma ex-cristã, gostei muito da discussão sobre a religião. Poucas vezes eu li algo bem embasado.

Achei que a intenção de Carlos foi elucidar essas “mazelas”, vamos dizer assim, do nosso tempo. Acho que o livro é muito mais interessante para os jovens adolescentes, acho que esse é o público principal.


“Não sei se precisamos de psicólogos ou de uma razão pra viver”. É engraçado e estranho mas foi isso que refleti quando terminei de ler o livro, rs.

Gostei das várias citações. 

E essas ilustrações fizeram todo o diferencial. E a capa me lembrou “O Retrato” de Gogol.

PS.: Escrevi em 16/09/2016 para o skoob