sábado, 18 de junho de 2011

Poética - Quando Manuel Bandeira se libertou...



Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Nietzsche e Pink Floyd

"O homem necessita se auto-experimentar, se autoquetionar para construir um conhecimento alegre, no qual não haja sentimento de culpa por tornar-se o que se é. Uma só coisa há que se aprender: libertar o espírito. Somente desse modo é que a humanidade será criadora em todo seu poder de pensar, de sentir"

Friedrich Nietzsche


"E se a banda em que você está começar a tocar melodias diferentes?"
Pink Floyd