terça-feira, 26 de novembro de 2013

Hiroshima de John Hersey - A narrativa que comove e o jornalismo que humaniza

Foto

Escritor da obra Hiroshima
 John Hersey
John Hersey conta a história da bomba atômica que atingiu a cidade Hiroshima, no Japão, em sua obra. Antes de ser publicado em forma de livro, o jornalista teve espaço de publicar a história em uma edição inteira da revista americana chamada The New Yorker. A reportagem deu origem ao jornalismo literário, na opinião de alguns estudiosos.

A narrativa acompanha a experiências de seis sobreviventes em uma triste e emocionante descrição sobre as conseqüências da bomba. A obra conta com detalhes o que aconteceu com as pessoas atingidas e como ficou a cidade – é muito realista. Tornando a leitura impactante e perturbadora.

A bomba teve muitas conseqüências para a vida das pessoas. E conseguimos notar isso acompanhando os seis sobreviventes que o autor escolheu narrar. Os sobreviventes tiveram conseqüências principalmente em sua saúde, mas também em crenças, relacionamentos e comportamentos. Essas pessoas nunca mais foram as mesmas.
da Revista The New Yorker

É possível perceber durante a leitura, modo como os japoneses lidaram com essa situação – os japoneses foram muito fortes ao conseguirem construir a cidade e ainda sim emocionalmente. Mesmo com o ódio que assolou o coração de muitos na explosão, outros conseguiram lidar os americanos. É por aí e outras que a história contada pelo escritor deixa margem à reflexões do caso de Hiroshima que assusta até hoje.

Quando ouvimos falar de bombas atômicas sabemos do mal, dos impactos e da destruição que causam. Mas é na obra de John Hersey que, com as descrições minuciosas do drama e do sofrimento, ficamos a par da realidade desse artefato – mas com o coração abalado.

O jornalista finaliza a sua obra contando a vida cotidiana dos seis sobreviventes após a explosão da bomba. Além de uma reconstrução minuciosa rica em detalhes, o leitor percebe que a bomba deixou marcas irreparáveis.

John Hersey, com o livro Hiroshima, deixa um legado importantíssimo para o jornalismo. John saiu do jornalismo convencional das páginas dos jornais diários para mergulhar em um jornalismo reflexivo, rico em detalhes, mas rico também em sentimentos e humanismo (que falta nos jornais pelo excesso de sensacionalismo).

O autor teve muito cuidado em sua narrativa colocando em primeiro lugar a cultura daquele local e respeitando. Esse respeito cria uma identidade que tocam o leitor e humaniza a reportagem literária, distante da frieza cotidiana dos jornais. Apesar de não poupar o leitor com as descrições da destruição e suas conseqüências, o autor apresenta uma narrativa emocionante e sensível.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca li nenhum livro jornalístico e fiquei curiosa por esse, por o tema me interessar muito. Já marquei no Skoob como vou ler :)
Bjss
sete-viidas.blogspot.com