ilustração de Ralph Steadman |
“MATE O CORPO E A CABEÇA MORRERÁ”
p30
Senti que havia chegado o momento de fazer uma Reavaliação Dolorosa de toda aquela situação. Sem dúvida a corrida estava acontecendo. Eu havia testemunhado a largada; disso tinha certeza. Mas e agora, o que eu podia fazer? Alugar um helicóptero? Entrar de novo naquela caminhonete? Zanzar pelo maldito deserto assistindo àqueles idiotas passando a mil pelos pontos de controle, um a cada treze minutos...?
p46
Mas com essa outra viagem ninguém consegue lidar - um maluco pode entrar no Circus-Circus a qualquer hora, pagar 1 dólar e 98 e surgir de repente nos céus do centro de Las Vegas, doze vezes maior que Deus, urrando qualquer coisa que lhe vier à cabeça. Não, esta não é uma boa cidade para usar drogas psicodélicas. A própria realidade já é distorcida demais.
p57
Mandaram o infeliz para cá com uma tarefa perfeitamente normal - tirar algumas fotos de motocicletas e buggies correndo pelo deserto - e agora, sem saber, ele estava metido até o pescoço num mundo muito além de sua imaginação.
p65
Jesus do céu! Será que tem algum padre nesta taberna? Quero me confessar! Sou um pecador, caralho! Pecados venais, mortais, carnais, maiores e menores - você decide, Senhor... sou culpado. p.98
Se você não sabe, venha aprender...
Se você sabe, venha ensinar
p158 [título do capítulo]
Para uma cabeça cheia de ácido, a visão daqueles dois seres humanos fantasticamente obesos mandando ver em público, cercados por mil policiais atentos a um filme sobre os “perigos da maconha”, não seria emocionalmente aceitável. O cérebro rejeitaria aquilo: a medula tentaria se isolar dos sinais que receberia dos lobos frontais... e enquanto isso o cerebelo estaria desesperado, tentando interpretar aquela cena de outro modo antes de desistir e passar a tarefa para a medula - o que implicaria o risco de tomar providências físicas para acabar com aquilo.
p158-9
...Por que se dar o trabalho de ler jornais, se isso é tudo que têm a oferecer? Agnew tinha razão. A imprensa é uma gangue de covardes impiedosos. Jornalismo não é uma profissão, não é nem mesmo um ofício. É uma saída barata para vagabundos e desajustados - uma porta falsa que leva à parte dos fundos da vida, um buraquinho imundo e cheio de mijo, fechado com tábuas pelo inspetor de segurança, mas fundo o bastante para comportar um bêbado deitado que fica olhando para a calçada se masturbando como um chimpanzé numa jaula de zoológico.
p216
trilha sonora deste livro
consegui esse livro em um projeto de troca
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