Estala frio o vento de outono
nos juncos ressequidos,
cinzentos no anoitecer,
Gralhas esvoaçam do salgueiro
e perdem-se no campo.
Solitário na praia, um anicão
sente o vento nos cabelos, a noite e a neve iminente,
olha das sombras da praia distante ainda sorri
na luz: dourado além, belo como sonho e poesia.
Olha firme o quadro luminoso,
pensa no lar, pensa na juventude,
vê o ouro empalidecer e apagar-se,
vira-se e caminha
afastando-se lento do salgueiro
e perdendo-se no campo.
Escrito em 5 de dezembro de 46
Saudações de H. Hesse
Retirado do livro Correspondência Entre Amigos, de Hermann Hesse e Thomas Man
2 comentários:
Gostei do poema :)
Precisando de um livro de poesia. Tô me interessando pelo gênero ultimamente (nunca fui de ler escritos do tipo), e se você puder me recomendar um (deixa lá no blog ou pelo Twitter), eu agradeço ^^
Lindo poema! Sou suspeita para falar, pois amo poesia. São tão lindas e profundas...
Beijos,
Letícia
http://www.odomdaescrita.com.br/
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